quarta-feira, 25 de abril de 2012

Diário de Viagem - DIA 10: São Pedro de Atacama (CH) --> Purmamarca (AR)

Agora sim é pra valer: estamos rumando de volta para casa!

Muito frio no caminho do Passo de Jama
Foi com esta sensação que embarcamos nas motos em São Pedro de Atacama logo de manhã para iniciar definitivamente o retorno da expedição.

Nosso destino é Purmamarca já na Argentina passando a fronteira pelo Passo de Jama percorrendo ao final  412 Km descendo os caracoles no lado argentino da Cordilheira dos Andes.

Daqui pra frente, até o Brasil, o trecho é, por assim dizer, bem mais comum à maioria dos moto viajantes, especialmente o Passo de Jama (ou mesmo o passo Sico logo adiante deste e que sai em Salta) bem como o caminho ao Brasil pelo Chaco argentino.

Saindo de São Pedro de Atacama faz-se os procedimentos aduaneiros, isto mesmo, logo na saída da cidade e muito antes de se cruzar a fronteira com a Argentina. Sempre muito tumultuado tão grande é a quantidade de pessoas que fazem esses procedimentos, desta vez estava muito tranquilo e a papelada saiu em menos de 10 minutos. Dali pra frente era escalar novamente a Cordilheira dos Andes, desta vez pela última vez, inclusive dando adeus ao Licancabur que nos observou pelos últimos 4 dias.

A altitude de mais de 4500m sobre as nuvens
A poucos quilômetros da saíde de São Pedro, já se está a mais de 3000m de altitude. O frio intensifica e o oxigênio, como já de costume nesta expedição, faz certa falta, mas não atrapalha.

No topo da serra, no pico de 4725m, vimos cenários surpreendentes passando por sobre as nuvens que revelam apenas os picos nevados especialmente o Licancabur e naquele ponto pudemos experimentar a mais baixa das temperaturas até então: -3 graus no termômetro da moto, embora a sensação térmica seja de muito menos.

Aliás, a dica de equipamento do dia foram os aquecedores de manopla. Eles funcionam. Ajudam a amenizar a baixa temperatura das mãos além de evitarem a sobreposição de luvas, que é muito comum, fato que deixa a sensibilidade comprometida.

Cuidado com as lhamas às margens da pista
Subindo do lado chileno da cordilheira, a estrada não diferencia daquilo que vimos nos últimos dias. Sempre em boas condições. Já no lado argentino temos contato com aquilo que é mais próximo do brasileiro em termos de piso. Em vários trechos há buracos, entretanto o que mais assustou neste ponto foram novamente as várias incidências de animais na pista. São muitas lhamas pastanto à solta e cruzando a pista a todo momento.

Acompanhados por sol brilhante e baixas temperaturas, seguimos para a primeira parada em uma lagoa muito bonita às margens da rodovia e outra em um pequeno salar onde nos deliciamos com um passeio sobre a superfície salgada. Ambos os locais merecem uma parada.

Na chegada à aduana no Passo de Jama, é surpreendente como a infra-estrutura está mudada. O lugar está todo organizado e o decadente contaeiner onde funcionava a aduana virou história. Agora há um prédio muito bem organizado, com funcionários atenciosos e o procedimento foi eficiente e rápido. O ponto exato da aduana é S 23 14.211 e W 67 01.645.

Saindo dali, há poucos metros encontra-se um posto de combustíveis da YPF igualmente com estrutura excelente para abastecimento e lanches.

Muita neblina na descida dos caracoles
Um ponto a se destacar neste trecho é o Tropico de Capricórnio que cruza a RN 52 em S 23 27.011, W 66 57.081 e novamente em S 23 27.000, W 66 36.053.

Seguindo adiante até a cidade de Susques, pouco antes cruza-se a mítica RN40 que segue para o sul pendurada na cordilheira chegando ao fim do mundo em Rio Galegos, já próximo a Ushuaia, mas essa viagem em breve vou ter o prazer de relata-la... quem sabe ainda este ano (2012)...

Já no início da descida dos caracoles depois de Susques, fomos surpreendidos por uma forte neblina que nos acompanhou toda a descida e prejudicou a vista da paisagem que alí é muito bonita.

Ademais, as condições da pista no trecho dos caracoles não estavam boas. Além do fato de a forte neblina humidecer bastante a pista como se fosse uma chuva leve, haviam vários trechos onde o asfalto estava muito danificado ou mesmo inesistente.

As curvas tornaram-se traiçoeiras ora com pedriscos soltos, ora com valas abertas, ora com muita lama na pista, o que exigiu um cuidado extremo na pilotagem pois qualquer erro corresponde a uma queda certa.

Vencidas as intermináveis curvas nebulosas, avistamos abaixo a pequena Purmamarca rodeada por montanhas multi-coloridas e alí foi o ponto final do primeiro dos três dias de retorno para casa.

Em Purmamarca permanecemos hospedados no Terrazas de la Posta, um aconchegante hotel bem próximo à entrada da cidade com excelente infra-estrutura. O local fica em S 23 74.498, W 65 50.128

Outras fotos do dia:
Forte neblina nos caracoles

Montes multi-coloridos na Argentina

Garagens do Hotel Terrazas de la Poza


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